Planejamento


Fizemos uma longa pesquisa antes da viagem para tentar prever e nos inteirar de tudo que fosse possível, e assim evitar surpresas. Claro que nem tudo pode ser antecipado e a aventura da viagem está justamente no imprevisto.

O planejamento contemplou de tudo... legislação local, clima, abastecimento, hospedagem, autorizações, ...


Carteira de Vacinação

Antes de qualquer coisa já fica aí uma informação importante sobre a Bolívia, assim como o Equador, Colômbia, Cuba, Paraguay, Nicarágua e Venezuela, a Bolívia também passou a exigir para estrangeiros a Carteira de Vacinação Internacional (CIVP) para Febre Amarela.

CIVP
CIVP

Para obter a CIVP é necessário apresentar a passagem da viagem, mas como iremos por terra tivemos de apresentar as reservas dos hotéis na Bolívia para que não ficassem dúvidas. Esse documento é crítico e sem ele o plano de ir para Uyuni não se concretizaria. 

Para qualquer atualização a respeito, a forma mais confiável de conseguir informações sobre regras e leis nacionais dos países por onde vai passar é o site do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.


Permissão Internacional para Dirigir

PID
PID

Nos países do Mercosul não há a obrigatoriedade de portar a PID, isso por conta da Resolução GMC 35/2002 que permite que o documento de habilitação vigente seja válido dentro dos países que fazem parte do Mercosul. Porém, no meu caso, há uma recomendação do Consulado brasileiro de portar a PID dentro da Bolívia.

Esse documento não é obrigatório como eu já disse, mas nenhuma legislação o isenta dentro da Bolívia. Por via das dúvidas, e considerando a recomendação do consulado brasileiro na Bolívia, tirei minha PID e irei com ela. Para obtê-la é bem simples: Solicitação via site do Detran, pagamento da taxa no Banco do Brasil, Bradesco ou Santander e depois é só esperar chegar em casa.... o que dói é o valor, 293 reais. 


Autorização do Banco

Qualquer veículo que tenha alienação ou restrição com banco ou outra instituição financeira precisa da autorização dessa instituição para deixar o país. Essa restrição pode te travar na saída do Brasil, já que no CRLV consta a informação de que o veículo "pertence" ao banco até que seu financiamento seja quitado.

A obtenção da Autorização de Viagem ao Exterior não é complicada de conseguir e cada banco tem seu processo. No meu caso tive fazer uma carta de próprio punho com meus dados, os dados da moto e do roteiro da viagem dia a dia. Depois reconhecer firma da minha assinatura nesse documento e enviar para a financeira. Com essa solicitação formalizada e registrada, em uma semana recebi pelo correio a autorização para rodar "a vontz" fora do país, no período.

Sem esse documento é, pelos relatos que li, certo que você não conseguirá sair do Brasil.


Combustível

Utilizando o site da Global Petrol Price, conseguimos o preço médio do combustível em cada dos países por onde passaremos. Abastecimento em muitas viagens não é um problema, mas como passaremos pela Bolívia será o contrário por conta das restrições e leis locais. Vou explicar melhor isso um pouco mais abaixo. 

Há uma lei boliviana que taxa em três vezes o preço do combustível para veículos estrangeiros. Pelo que entendi o motivo disso é evitar o contrabando da gasolina boliviana com os países vizinhos, já que lá o preço é muito baixo.

Além da taxa de multiplicação do preço do combustível li diversos relatos de viajantes que tiveram dificuldades para abastecer porque muitos postos, principalmente nas cidades maiores, se negam a vender para estrangeiros por conta da burocracia dessa venda. Esse é um risco que vamos assumir. 


Hospedagem

Não estamos na intenção de fazer um viagem no estilo "roots" e por isso optamos por ficar em hotéis e pousadas, nada de hostel, mas teremos opções desde os mais baratos até os mais bacanas.

Seguindo a linha de previsibilidade, traçamos nossa rota com cada parada de pernoite prevista e selecionamos 3 hotéis ou pousadas em cada uma dessas cidades e também nas cidades intermediárias, para o caso de não conseguirmos cumprir algum trecho. 

Tabelamos tudo colocando o nome do hotel, endereço e preço da diária com impostos. Vale lembrar que esses preços podem variar muito de acordo com a antecedência da reserva e período do ano.

Tabela de Hóteis
Tabela de Hóteis

Apesar dessa tabela de hotéis ter sua utilidade, a melhor maneira de conseguir opções em tempo real são sites específicos. Levaremos essa tabela impressa como precaução para o caso de não conseguirmos acesso à internet em algum trecho.

Usando desses sites, sairemos de SP com as primeiras pernoites da viagem com reservas garantidas. Um risco eu sei, mas todas as reservas não tem custo de cancelamento e nos garantem um preço bom e disponibilidade.


Clima

Nos 6.900km que rodaremos o clima vai variar bastante, iremos do calor do Mato Grosso do Sul para o frio absurdo da Cordilheira dos Andes. A maior temperatura esperamos pegar na saído Brasil, em Corumbá, e a mais gelada na altitude de Uyuni, na Bolívia.

Consideramos cinco cidades para ter um bom parâmetro de variação climática na época em que estaremos na estrada e levantamos o clima previsto pra cada uma delas.

  • Corumbá                          Mín. 21ºC / Máx. 30ºC
  • Uyuni                                Mín. -4ºC / Máx. 16ºC
  • San Pedro de Atacama   Mín.   1ºC / Máx. 18ºC
  • Salta                                 Mín. 13ºC / Máx. 22ºC
  • Foz do Iguaçu                 Mín. 13ºC / Máx. 26ºC
Estes valores são com base em previsões e médias históricas, ou seja, há chances de pegarmos temperaturas além dessas. Essa grande variação na temperatura nos obriga a levar roupas bem quentes e também segundas-peles mais "potentes", as tradicionais não darão conta dessa rs.



Manutenção da Moto

Como nossa Trip será um pouco longa, alguns cuidados com a moto são necessários. Para a Tiger o ideal é fazer a troca de óleo a cada 5.000 km e a revisão geral a cada 10.000 km.

Para não ultrapassar esses limites e manter a "saúde" da moto em dia, faremos o seguinte:

Revisão Geral - Uma semana antes da viagem - Faremos na concessionária onde comprei a moto, lá a equipe de mecânicos é sensacional. Com agendamento, em um dia a moto fica pronta.

Troca do óleo - No km 4.000 da viagem - Pesquisei antecipadamente e encontrei duas opções que me parecem ser as oficinas mais confiáveis. Para quem precisar fazer esse tipo de manutenção no meio da viagem, não esqueça de verificar se o dia da manutenção não cairá em um domingo ou feriado na cidade. Se possível faça contato com a oficina e já agende essa manutenção.

Troca do óleo e Reaperto Geral - Voltando para SP - Voltando pra Sampa, terei de fazer o reaperto geral dos parafusos e uma nova troca de óleo como precaução. Esses cuidados são só pra garantir que depois da trip nenhuma peça se solte do nada e para manter a "saúde" do motor até a próxima revisão.


Alimentação

Sobre isso não tem muito o que dizer né, é muito pessoal. Sempre há opções baratas, medianas, caras e muito caras, .... enfim, vai do seu "aceitável".

Como nós dois adoramos beber uma boa cerveja e degustar sabores diferentes, estamos prevendo uma graninha extra para alimentação. Priorizaremos hotéis e pousadas com café da manhã incluso para facilitar na primeira refeição do dia, mas queremos apreciar o máximo possível as comidas locais por onde passaremos.


Seguros

  • Carta Verde (Argentina)

Obrigatório para quem pretende trafegar pelos países do MERCOSUL, mas tem um pegadinha aí... não encontrei nenhuma seguradora que cobrisse mais que Argentina, Paraguai e Uruguai. Por isso meu Carta Verde contempla apenas a Argentina. É fácil de se obter e pra mim custou R$ 125, pela Porto Seguro.

  • SOAPEX (Chile)

Esse seguro é exigido apenas Chile para todos os veículos estrangeiros e pode ser feito pela internet através do site da HDI Seguros do Chile. Para minha moto custou USD 16,00.... uns R$ 55.

  • SOAT (Bolívia)

Tentei em inúmeras corretoras de seguros fazer o carta verde incluindo a Bolívia, mas não rolou. Pesquisando no site do consulado geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra vi que na ausência desse seguro devo ter algum equivalente, e achei o SOAT que não é obrigatório para estrangeiros lá mas me deixará "Ok" com a legislação boliviana. O fiz pela internet no site da UNIVIDA e custou BOB 202,00... algo perto de R$ 100,00.


Check List

Em uma viagem de vários dias o primeiro descarte é levar muitas roupas e por isso teremos de lavar algumas peças de roupas no caminho, mas para nós um outro ponto é que os dois desertos que conheceremos não tem exatamente clima desértico... Uyuni está a mais 3.000m acima do nível do mar e tem temperaturas muito baixas até mesmo durante o dia, já o Mato Grosso do Sul é quente pra caramba. A mistura de lugares quentes e frios nos obriga a levar roupas quentes e frescas, e agasalhos para temperaturas baixas ocuparam bastante espaço nos baús.

Além das roupas, temos de levar documentos, remédios, ferramentas, acessórios, eletrônicos, produtos de higiene pessoal, calçados, carregadores, .... uma caralhada de coisas.

MOTOTRIP 2018 - SALAR DE UYUNI & DESERTO DO ATACAMA

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